Problemas no recebimento de ordens do exterior: o que mostram as reclamações e como evitar prejuízos
- Royal Partner
- há 7 horas
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Nos últimos meses, aumentou de forma consistente o número de consumidores relatando dificuldades para receber ordens de pagamento internacionais no Brasil. O volume de reclamações públicas no Reclame Aqui envolvendo remessas recebidas do exterior expõe um padrão claro: atrasos, bloqueios, pedidos repetidos de documentos e falhas operacionais têm prejudicado usuários de diferentes bancos e instituições financeiras.
Embora cada caso tenha sua particularidade, a análise do conteúdo das reclamações mais recentes (abrangendo até o mês passado) revela comportamentos repetitivos e problemas estruturais no ecossistema de pagamentos internacionais.
A seguir, reunimos os principais problemas, por que eles acontecem e como evitá-los, com base em dados públicos e nas práticas observadas por players de mercado.

Principais problemas relatados por clientes
Atraso prolongado no crédito da ordem internacional
Clientes relatam esperar dias ou até semanas após o remetente confirmar a operação. Em muitos casos, a ordem já consta como “liquidada” no banco emissor, mas não aparece no destino.
Causas recorrentes:
lentidão na confirmação manual pelos bancos intermediários;
divergência de dados que impede o roteamento correto;
retenção da ordem em análise de compliance sem notificação clara ao cliente.
Devolução da ordem por dados incorretos
Muitos clientes relatam que a ordem é devolvida após dias de espera porque um número, nome ou campo estava digitado de forma diferente.
Causas recorrentes:
nome do beneficiário diferente do registro bancário;
IBAN/SWIFT preenchidos de forma incorreta;
ausência de informações exigidas pela instituição brasileira.
Pedido repetido de documentos e comprovações
Mesmo após enviar documentos, o cliente volta a receber novas solicitações, atrasando o recebimento.
Causas recorrentes:
análises manuais e não integradas entre setores;
falta de padronização dos documentos exigidos;
compliance reativo, e não preventivo.
Falhas de comunicação entre os bancos envolvidos
Há casos em que o remetente consegue comprovar que enviou, mas o banco destinatário afirma não localizar a ordem.
Causas recorrentes:
falhas na integração entre sistemas SWIFT e bancos digitais;
ausência de confirmação automática entre bancos intermediários;
dados incompletos no envio, dificultando o rastreio.
Principais falhas estruturais do mercado
Ao analisar as reclamações recentes, é possível identificar falhas comuns entre diferentes instituições:
Excesso de fricção documental
Falta de clareza sobre quais documentos são aceitos ou obrigatórios para liberar o recebimento da ordem.
Processos internos manuais
Em 2025, muitos bancos ainda dependem de análise manual para operações internacionais, gerando gargalos.
Falta de padronização entre bancos emissores, intermediários e receptores
Cada instituição exige um formato e um nível de detalhamento diferente, aumentando erro humano e devoluções.
Comunicação deficiente com o cliente
Em muitos casos, o consumidor sequer sabe que a ordem ficou retida em compliance e não recebe um prazo real de solução.
Como reduzir riscos e evitar entraves no recebimento de ordens do exterior
Com base nos padrões observados nas reclamações públicas e nas melhores práticas adotadas por players especializados, o caminho para minimizar problemas envolve:
Conferência minuciosa dos dados da ordem
nome igual ao do banco, sem abreviações;
IBAN e SWIFT conferidos diretamente no extrato da instituição;
endereço completo do beneficiário quando exigido;
evitar caracteres especiais ou nomes divergentes entre contas.
Envio antecipado de documentação padrão
Clientes costumam agilizar a liberação quando já possuem prontos:
comprovantes de origem dos recursos;
relação com o remetente;
contrato ou invoice, quando aplicável.
Preferir instituições com operação cambial estruturada
Quanto mais madura a operação internacional da instituição, menores os riscos de bloqueios e devoluções por falhas internas.
Rastrear a ordem corretamente
Solicitar ao remetente:
o código SWIFT MT103 (ou equivalente);
identificação do banco intermediário;
data, horário e hash de liquidação quando disponível.
O MT103, em particular, resolve mais de 70% dos casos de “não localização” da ordem.
Comunicação ativa com o banco receptor
Ao receber o código da ordem, enviar imediatamente ao banco no Brasil para conferência, reduzindo o tempo de retenção.
Planejamento evita prejuízo e ansiedade
Os problemas relatados pelos consumidores no recebimento de ordens internacionais mostram que o sistema ainda apresenta falhas operacionais importantes. Entretanto, a maior parte desses entraves pode ser evitada com dados corretos, documentação padronizada e acompanhamento ativo da operação.
Para quem recebe recursos do exterior com frequência seja pessoa física, profissional autônomo ou empresa a chave está em antecipar as etapas críticas, reduzir margem de erro e trabalhar com parceiros que dominam a operação internacional de ponta a ponta.













